Jeferson Tenório
“Às vezes penso que há uma contradição no termo “literatura engajada”. Creio que nenhuma literatura possa ser engajada, ou então todas são. A literatura existe para discordar da vida, por isso ela é necessária. A metáfora nos expande para além de nós mesmos. E essa expansão, às vezes, é que nos põe de pé. A metáfora não nos salvará de nada, não pagará nossas contas e não nos livrará da dor. A metáfora, assim como ficção, nada podem contra um mundo abjeto, mas são elas, justamente elas, que nos permitem reconhecer os paradoxos de nossa caminhada. A literatura expõe o pior e o melhor de nós. A ficção não se torna política porque o autor expressa opiniões, ela é política quando investiga os afetos.”
Baú de ideias
Proposta Pedagógica para os professores
Quem eu sou?
Jeferson Tenório nasceu no Rio de Janeiro, em 1977. Radicado em Porto Alegre, é graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e atua como professor de língua e literatura na rede pública de ensino de Porto Alegre.
É mestre em Literaturas Luso-africanas pela mesma Instituição e Doutor em Teoria da Literatura na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Estreou na literatura com o romance "O beijo na parede" (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores. Teve textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol. É autor também de “Estela sem Deus” (2018) e "O avesso da pele" (2020) , seu romance mais recente, premiado pelo Jabuti 2021 como melhor romance literário.
Suas obras abordam em geral temas como pobreza, discriminação racial e desigualdade de classes no Brasil.