janaina tokitaka
Baú de ideias
PROPOSTA PEDAGÓGICA 1
Na obra “O interruptor debaixo da escada”, Janaina Tokitaka inspirou-se nos yōkais - criaturas sobrenaturais da cultura popular japonesa – para acrescentar dosadas camadas de terror à sua narrativa.
Desenvolva colaborativamente com seus alunos uma pesquisa sobre esta temática e seus desdobramentos, onde todos tenham espaço para trazerem suas referências. Em seguida identifiquem os yōkais presentes na obra e discutam qual o impacto e a função que os mesmos agregaram à narrativa.
E para arrematar, proponha individualmente a construção de uma narrativa fantástica onde estes seres sobrenaturais estejam presentes. Caso seja o perfil dos alunos, solicite também uma ilustração de seus textos, aprofundando-os ainda mais no universo da autora/ ilustradora.
PROPOSTA PEDAGÓGICA 2
Apesar do grande esforço despendido durante as últimas décadas na desconstrução do estereótipo de princesa construído a partir de padrões eurocêntricos e pasteurizado pela indústria cinematográfica, muitas crianças ainda o legitimam como absoluto.
Procurando apresentar outras referências desta figura feminina, Janaina Tokitaka revisita tanto pela escrita quanto pelos traços, lendas e histórias muito variadas em sua geografia: Oyá, rainha dos ventos e das tempestades da mitologia iorubá; Brunhilde, geniosa valquíria viking; Ártemis, eterna guardiã da caça, da luta e das mulheres; Jingu, antiga imperatriz japonesa e Yennenga, fundadora do povo Mossi, de Gana, uma guerreira que não deseja mais guerrear. Há, também, uma personagem do imaginário popular mineiro, que a autora descobriu em uma conversa de bar com uma amiga: a Mãe de Ouro, eterna defensora das mulheres, cuja aparição pode trazer fortuna ou desgraça.
Divida a sala em seis grupos. Para cada um deles entregue uma história contida no livro “Princesas Guerreiras”. Dê tempo suficiente para que leiam conjuntamente e em seguida compartilhem a história que receberam com os demais grupos. Peça que sejam preciosistas durante a contação, trazendo o máximo de detalhes possível.
Depois das apresentações dos grupos, abra o debate para toda a sala, amarrando, desdobrando e salientando aspectos importantes. Segue algumas sugestões de perguntas disparadoras:
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Quais histórias de princesa lhe foram apresentadas durante a infância? Recontem brevemente (meninos também devem participar do debate!)
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Quais outras histórias de princesa não eurocêntricas e diferentes das já citadas por Janaina, você conhece? Recontem brevemente.
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Quais as características comuns entre as princesas de referencial eurocêntrico?
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Quais as características comuns entre as princesas trazidas por Janaina?
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Porque vocês acham que conhecemos tão poucos referenciais que fujam do estereótipo eurocêntrico?
Voltando para a formação original em grupos lance um desafio: vamos criar figurinos para essas princesas? Comecem pelos croquis, que devem ser criados a partir de pesquisa, mergulhando no universo destes personagens. Em seguida, analisando as suas possibilidades reais de execução do projeto, iniciem a confecção dos mesmos.
A proposta aqui é que eles, orientados por você, realizem a produção das peças. Se houver na comunidade de pais uma costureira, um alfaiate, que possa orientar os alunos, será muito bem vindo.
O próprio ato de aprender a “costurar” pode trazer muito daquilo que nossa ancestralidade carrega.
PROPOSTA PEDAGÓGICA 3
Na obra “A sétima noite”, Janaina inspirou-se na lenda milenar chinesa “Qixi”.
Segundo essa mitologia, a princesa tecelã Orihime, filha de Tentei (poderoso deus do reino celestial), se apaixonou pelo pastor de gado Hikoboshi (também nomeado Kengyu). Dedicados ao romance, eles deixaram de lado as tarefas e as obrigações diárias.
Por causa da falta de responsabilidade, o pai de Orihime decidiu separá-los, obrigando-os a morar em lados opostos da Via Láctea (rio Amanogawa). Sentindo a tristeza da filha, ele autorizou o casal a se encontrar uma vez por ano (no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar) com uma condição: eles precisavam atender a todos os pedidos vindos da Terra.
Na mitologia japonesa, o casal é representado pelas estrelas Vega (Princesa Orihime) e Altair (Pastor Kengyu) que de fato localizam-se nos extremos opostos da Via-Láctea e podem ser vistas juntas uma vez no ano.
A comemoração recebe o nome de Festival Tanabata, e acontece nas ruas e praças, geralmente no mês de julho. É comum haver barracas de comida, tendas de brincadeiras, apresentações culturais e fogos de artifício.
Durante o Festival, existe o costume tradicional de se escrever desejos no tanzaku (tira de papel colorido), que depois são pendurados em ramos de bambu, na esperança de que o desejo se torne realidade. Cada cor do tanzaku tem um significado: amarelo – dinheiro, rosa – amor, vermelho – paixão, azul – proteção e saúde, verde – esperança e branco – paz. No final da festa, os papéis são queimados para que os desejos cheguem ao céu, e assim, Orihime e Kengyu possam receber e realizar os pedidos.
Sugerimos que primeiramente eles entrem em contato com a obra da autora, e na seqüência pesquisem e conversem a respeito da lenda que a inspirou.
Divida a turma em grupos menores e proponha a montagem da obra em formato de Teatro de Sombras, também uma manifestação cultural milenar que surgiu no sudeste da Ásia e é muito importante culturalmente na China, Indonésia, Malásia, Tailândia e Camboja. Constitui uma linguagem do teatro de animação, como o teatro de marionetes, de bonecos e de máscaras.
Suas técnicas são relativamente simples: através de uma tela branca, onde um foco de luz se acende, sombras de silhuetas de figuras humanas, animais ou objetos, ao vivo ou recortadas em papel, são projetadas, remetendo o espectador a um mundo de fantasia.
Como sugestão de fechamento sugerimos a apresentação pública dos exercícios seguida do ritual de desejos escritos no tanzaku, reproduzindo os costumes do Festival.
PROPOSTA PEDAGÓGICA 4
Janaina Tokitaka é ilustradora e escritora, porém não ilustra todos os seus livros, pelo contrário, é entusiasta de trabalhos com diferentes referências no que diz respeito à texto e imagem.
A imagem acima apresenta os personagens da obra “Oli procura uma (nova) melhor amiga”, escrita por Janaina e ilustrada por Fits, artista visual referência no ramo de animações.
Obviamente as características físicas dos personagens dizem muito sobre eles, assim, antes de colocar os alunos em contato com a obra, apresente esta imagem e peça para que escolham dois personagens.
Na sequência, oriente que escrevam mini biografias para cada um deles, levando em consideração sua aparência.
Somente após o compartilhamento de alguns trabalhos, apresente a obra na íntegra.
Através de um bate papo comparem as diferentes leituras com a obra original e conversem a respeito, ponderando razões para leituras aproximadas ou não.