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Baú de ideias

Luiz
Puntel

ATIVIDADE 2

Cerca de 86 denúncias de tráfico de pessoas envolvendo meninas até 18 anos foram feitas entre 2017 e 2020 no Brasil. A pesquisa se refere a denúncias feitas ao Disque 100, de Direitos Humanos.

O dado chama atenção por ser acima da média global apresentada pelo relatório do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime da ONU). Enquanto a média nacional foi de 40%, os dados mundiais registram 34% de vítimas no mesmo período. As informações fazem parte do Relatório Nacional de Dados sobre Tráfico de Pessoas 2017-2020.

Segundo a ONU, quase um terço das vítimas desse tipo de crime são crianças, e 71% das pessoas traficadas são meninas e mulheres. Ao todo, o Disque 100 recebeu 176 denúncias de tráfico interno — dentro do país —, e 79 de tráfico internacional, sendo 86 meninas (até 18 anos) e 64 mulheres (58,8% do total de denúncias), e 17 meninos e 10 homens (50,19% do total). Desses números, há prevalência na modalidade exploração sexual (83), adoção ilegal (43), e trabalho em condições análogas a de escravo (23). Considerada a terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para tráfico de drogas e o de armas, o tráfico de pessoas é quando a vítima é agenciada, aliciada, recrutada, transportada, transferida, comprada, alojada ou acolhida mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso.

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/07/29/trafico-de-pessoas.htm

Um recém-nascido acaba de desaparecer da maternidade. A partir deste intrigante início, Luiz Puntel escreveu “Tráfico de Anjos”, uma história na qual os personagens Aquiles, repórter de televisão, e Flávia, sua namorada, estão empenhados em desvendar o misterioso desaparecimento de bebês, e descobrem o sórdido mundo do comércio de bebês, que são enviados clandestinamente para a Europa por quadrilhas muito bem montadas.

O desaparecimento de seres humanos é ainda uma realidade dura de enfrentar para muitas famílias não somente no Brasil, mas no mundo. A sensação de vazio, impotência e desespero pela total falta de informações quanto ao paradeiro da pessoa desaparecida são alguns dos pesadelos que sofrem as famílias, que tornam-se também vítimas em todo esse processo tão traumático.

Partindo de uma situação fictícia que envolva o desaparecimento de uma pessoa, solicite aos alunos que construam um texto de gênero livre, onde o desfecho do crime/fatalidade pode ou não ser revelado ao final da narrativa.

Atividade 4

Uma das obras mais conhecidas de Puntel é “Meninos sem Pátria”. Nela

Marcão e sua família, por motivos políticos, partem para o exílio no final dos anos 60. Passando pela Bolívia e posteriormente Chile, acabam conseguindo salvo-conduto para a França, onde vivem até que a anistia seja assinada. Um romance que analisa todo o conturbado panorama político brasileiro dos anos 70.

 

O fluxo de pessoas pelo planeta, conhecido como migração, é algo presente em nossa civilização desde os tempos mais remotos, e é motivado a partir de várias situações: trabalho, desastres naturais, cultura, estudo, comida, melhores perspectivas, ou sobrevivência, dentre outras.

 

Neste movimento alguns indivíduos são mais vulneráveis naturalmente, como as crianças. No caso de Marcão, apesar da difícil trajetória, o desfecho dos acontecimentos é positivo, mas infelizmente, nem sempre é assim.

 

No vídeo abaixo, está uma homenagem da ONU às pessoas que arriscaram tudo e perderam a vida, por uma tentativa de sobrevivência, cruzando o Mediterrâneo. Trata-se do poema “O menino na areia” de Emi Mahmoud, inspirado pela imagem do menino Alan Kurdi encontrado já sem vida numa praia da Turquia, vítima de afogamento, durante uma dessas travessias:

https://youtu.be/rzUBTSi6DRY

 

Assim acontece na Venezuela, em Timor Leste, na Ucrânia, nas ruas das nossas cidades... Essas e muitas outras situações forçam pessoas todos os dias a abandonar seus lares, deixando tudo para trás em busca de novas ou alguma perspectiva melhor.

 

Divida a sala em grupos de 5 a 6 integrantes e proponha que construam três imagens estáticas (por grupo) inspiradas nesta temática, utilizando somente seus corpos (sem figurino, sem objetos concretos ou cenário). Em seguida apresentem entre si e discutam a respeito das produções – sempre do ponto de vista da plateia, não de quem elaborou as imagens.

 

Para finalizar, marquem uma sessão de fotos para transformar esses recortes em uma exposição fotográfica. Orientação: não usem figurinos ou quaisquer elementos que não o corpo dos alunos, vestidos preferencialmente com roupas lisas e pretas. Isso potencializará o trabalho de corpo e expressão dos alunos.

 

Por fim, exponham para toda a comunidade escolar!

 

Indicação de material de apoio: Filme “O ano em que meus pais saíram de férias” https://youtu.be/eDihyQAOQ1s

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Atividade 3

Na obra “Missão no Oriente” Puntel nos apresenta a personagem Mônica, que depois de se decepcionar com seus planos acadêmicos decide se aventurar na terra de seus avós, o Japão. Na procura pelo avô, Mônica vai trabalhar como dekassegui (qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país), descobrindo suas raízes e os costumes japoneses.

A exemplo da personagem citada, apresente aos alunos o desafio de mergulharem em sua própria ancestralidade – chamo a atenção aqui ao fato de que para além dos laços sanguíneos, devemos incentivar também os laços do coração! Para tal, podem se utilizar de qualquer ferramenta que tenha nas mãos: fotos, conversas com os familiares mais velhos, cartas e documentos antigos, roupas, objetos, diários, receitas culinárias, histórias que vêm perpassando gerações, etc.

Obviamente um prazo coerente para a investigação precisa ser dado, mas ao final do mergulho ancestral, devem:

  1. Escolher uma forma concreta de apresentar sua “linhagem cultural famíliar” – pode ser um objeto, uma imagem, uma comida, uma peça de vestuário, enfim, algo que de forma simbólica represente suas raízes.

  2. Escrever um texto dissertativo tendo como tema o mergulho na pesquisa que realizou.

  3. Apresentar para os colegas de sala a história da sua cultura familiar, de preferência, iniciando sua fala a partir do objeto que escolheu no item 1.

ATIVIDADE 1

Primeiramente coloque seus alunos em contato com o seguinte vídeo:

Boias-frias e o Acordo de Guariba após a greve de 1984 https://youtu.be/9ZiZbF6WYUk

 

Baseando-se na greve dos boias-frias de Guariba, Luiz Puntel narra em sua obra “Açúcar Amargo ”a luta de Marta, uma jovem boia-fria que quer mostrar ao pai o valor da mulher do campo. Um livro que discute a luta dos trabalhadores rurais, tendo como foco o gênero feminino e sua necessidade afirmação perante a sociedade.

 

A partir destas referências discuta em sala de aula a pertinência da necessidade de afirmação do gênero feminino nos dias atuais. Em quais situações isso ainda pode ser visto de forma clara? Existem profissões/ ocupações que podem exemplificar esta afirmação?...

 

Criem juntos três “fichas-personagem femininas”, que devem conter:

- Nome

- Idade

- Estado civil

- Local de nascimento

- Local onde reside atualmente

- Ocupação profissional

- Um sonho de vida

 

O próximo passo é pedir para que cada aluno eleja uma das três personagens e escreva inspirado nela um pequeno conto, tendo como foco sua relação com o trabalho e os desdobramentos advindos daí.

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