Na obra “Pequena coreografia do adeus”, Aline Bei nos apresenta a personagem Julia, que a partir da necessidade de elaboração dos acontecimentos de sua vida, se utiliza de um diário.

 

A princípio ela apenas registra os acontecimentos, mas à medida que o tempo vai passando e ela descobre que esta ferramenta não funciona somente como processo curativo, mas também como desdobramento artístico e poético, o espaço da escrita toma outra proporção em sua vida. Ela se descobre escritora.

 

Lance um desafio para a turma: confeccionar um diário pelo período mínimo de sete dias consecutivos. Obviamente este é um material muito pessoal, portanto não poderá ser dividido com mais ninguém, nem com você, professor.

 

Oriente que não se limitem apenas a descreverem os acontecimentos, mas também como se sentiram diante deles, o que esperavam, se suscitaram lembranças ou até os impeliram a planos futuros, de ordem realizável ou não.

 

Após este período de escrita livre, coleta de dados e experiências vividas, peça para que leiam seus diários como se estes não lhes pertencessem. Inspirados por esta leitura a posteriori e a partir de um ponto de vista um pouco mais distanciado, solicite que escrevam um poema de versos livres.

 

Para finalizar a atividade realize em dia e hora marcados, durante um evento específico ou mesmo intervalos entre as aulas, o momento de partilha desses textos publicamente. De preferência crie um sarau informal, onde em vários espaços ocupados ao mesmo tempo, os alunos lerão seus textos. Esta era a maneira que Aline encontrou, no princípio de sua vida como escritora, para fazer suas palavras chegarem às pessoas: recitava seus poemas em locais públicos durante horas, seguidamente.